Andava como um
navio
bailando em
maré viva,
e fitava altivo
o azul
num jeito tão
firme de olhar…
Por vezes
mudava o cor desse fitar,
ora em azul de
mar e céu
ora em cinza de
tempestade.
Cresceram-lhe
pestanas de musgo,
de tantas
lágrimas vertidas
nas muitas
despedidas.
Do sorriso
vermelho,
trémulo e doce
como ambrósia,
ia aspergindo
um perfume
de flores do
campo ligado à maresia.
Poisaram-se-lhe
açucenas nos cabelos
e o vento
desprendia-os em fio.
Até que o corpo
em balanço
se inclinava à
terra,
sulcado por sóis
e por luas
e crestado no
mar salgado do destino,
agora longe de
sereias…seminuas.